Justiça tributária: 85% apoiam taxar milionários para financiar políticas públicas
Há um movimento contraditório na sociedade sobre a questão de taxar milionários para financiar políticas sociais.
É o que indica uma pesquisa promovida pela ONG Oxfam em parceria com o Datafolha, embora o levantamento exponha a crescente adesão da população à ideia de taxação, os projetos que tratam do tema no Congresso permanecem estagnados.
A pesquisa intitulada “Nós e as desigualdades” mostra que 85% dos brasileiros apoiam a ideia de os ricos pagarem mais para financiar medidas que favoreçam os mais pobres. Em âmbitos como saúde, educação e moradia.
O resultado da pesquisa indicou um aumento de 14 pontos percentuais em relação aos 71% de aprovação da primeira edição da pesquisa, no ano de 2017.
Outros aspectos da pesquisa
O levantamento também indica que 94% das pessoas apoiam que o valor pago pelos mais ricos tenha, como principal função, a destinação aos gastos com políticas públicas. E 96% acreditam ser obrigação do estado a garantia de financiamento de programas de transferência de renda e de assistência social. Sobretudo a quem mais precisa.
Leniência do Congresso
Há muito se fala sobre a falta de convergência entre a agenda da sociedade e o projeto dos parlamentares no Congresso.
O tema ilustra de forma elucidativa esse problema. Apesar de ser uma ideia amplamente aceita entre a população, a reforma tributária está estagnada em Brasília.
A proposta que visa mudar os aspectos relacionados ao imposto de renda, apresentada em junho do ano passado, embora, aprovada na Câmara dos Deputados – após diversas mudanças -, não possui data para ser analisada pelo Senado Federal.
Outro projeto que visa alterar o caráter complexo do sistema tributário, a PEC que trata de simplificar as regras para pagamento e recolhimento, sequer foi apresentada à Comissão de Constituição e Justiça, um dos primeiros e mais importantes passos para que projetos avancem sob o regimento da casa.
Dados sobre a pesquisa “Nós e as desigualdades”
O levantamento ouviu 2.564 pessoas, de forma presencial, entre os dias 8 e 15 de março deste ano.
A margem de erro é a mesma de pesquisas eleitorais, dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Seja o primeiro a comentar