O presidente da República se reuniu com o líder russo Vladimir Putin em Moscou nesta quarta-feira. Na pauta, as conversas foram referentes a energia, comercio e defesa, focaram no interesse dos negócios do Brasil em garantir o fornecimento regular de insumos fertilizantes.
O Brasil tem um déficit comercial com a Rússia: mais importações do que exportações. Portanto, em 2021, a Rússia é o sexto maior exportador para o Brasil. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex), em relação a 2020, a compra de produtos russos mais que dobrou (até 107%) para US$ 5,7 bilhões.
Importância para os negócios no Brasil
3,5 bilhões de reais foram destinados a fertilizantes e insumos. O carvão (um tipo de carvão mineral) seguiu com US$ 480 milhões e o petróleo (US$ 433 milhões). Por outro lado, em2021 a Rússia é apenas o 36º destino das exportações brasileiras. O Brasil exportou US$ 1,59 bilhão para a Rússia durante o ano, um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior.
Portanto, os principais produtos vendidos foram aves (US$ 167 milhões), amendoim torrado (US$ 130 milhões), soja (US$ 343 milhões), açúcar (US$ 127 milhões) e café (US$ 133 milhões) A Ucrânia é o 75º cliente do Brasil no exterior. Segundo a pesquisa do Secex, no ano de 2021, as vendas de produtos brasileiros para os países eslavos somaram US$ 226,8 milhões, um aumento de 65,3% em relação ao ano anterior bauxita, amendoim descascado e sacarose são os produtos principais exportados a Ucrânia.
Rússia vale 0,6% das vendas de produtos do Brasil
Contudo, há vinte anos, a Rússia era o maior comprador de carne brasileira, principalmente suína. No entanto, a posição está diminuindo à medida que os russos lutam pela autossuficiência, enquanto no Brasil produtores estão cuidando de outros destinos maiores que estão em ascensão, como a China.
Com isso, em 2021, o Brasil em seus negócios exportou produtos no valor de US$ 1,7 bilhão para a Rússia, o equivalente a 0,6% do total exportado, a menor participação em pelo menos duas décadas. Isso torna o país a nona maior população do mundo e o 36º destino mais exportado no Brasil.
O inicio da tensão entre a Rússia e Ucrânia
A Rússia iniciou sua invasão militar na Ucrânia nas primeiras horas de manhã (horário de Brasília). Após o começo da mobilização russa, houve registros de bombardeios e ataques às tropas de fronteira ucranianas, bem como a movimentação de tanques. A ofensiva russa fez soar as sirenes de emergência na Ucrânia e o presidente Vladimir Zelensky impôs a lei marcial no país.
De acordo com guardas que estão na fronteira ucraniana, tropas russas entraram pela região norte de Kiev da Bielorus para realizar ataques com mísseis contra alvos militares. Além disso, também houve relatos de helicópteros não identificados voando perto da capital ucraniana. Autoridades ainda não divulgaram a situação
Em comunicado divulgado horas após o ataque russo, o Kremlin anunciou que a operação militar contra a Ucrânia continuaria pelo tempo necessário, dependendo da sua ‘’relevância’’ e ‘’resultado’’, e que os russos deveriam apoiar tal ataque.
Como o mercado financeiro está reagindo com a guerra?
A atmosfera diplomática construída sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia está abalada ainda mais, depois que o governo russo expulsou o vice embaixador dos EUA Bart Gorman, que estava no país há cerca de três anos.
Os investidores ficaram temporariamente aliviados nos últimos dias por informações confusas sobre o movimento de tropas russas na fronteira ucraniana. Afinal, a nova escalada das tensões mostra como os negócios do mercados financeiros estão sensíveis ao assunto. Mesmo a 10 mil quilômetros de um possível confronto, a bolsa brasileira sofrerá pesadas perdas.
Contudo, para analistas o impacto depende em primeiro lugar da extensão do conflito e de como os aliados da Ucrânia, Europa e Estados Unidos, responderão a um ataque russo. Então, como uma guerra geograficamente isolada, apenas com retaliação comercial contra a Rússia, a resposta será menor do que a resposta de guerra, com outros países mais envolvidos.
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