Grandes empresas estão boicotando a Rússia e encerrando seus serviços no país

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Desde quando a Rússia iniciou a invasão na Ucrânia no final e fevereiro, o país está sendo alvo de sanções econômicas duras, cujo diversos setores da economia estão sentindo duros efeitos. Os governos do Canadá, Japão, Estados Unidos, Reino Unido e membros da EU (União Europeia) estão tomando medidas que está afetando a distribuição de serviços como alimentos, combustível e transações financeiras. Por isso, explicaremos como as sanções que a Rússia está impondo afetam globalmente o mercado.

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No primeiro dia de março, a empresa Apple anunciou que deixaria de vender seus produtos na Rússia depois que o país invadiu a Ucrânia. A empresa está do lado de “todos aqueles que sofrem as consequências da violência”.

Apple suspendeu seus serviços na Rússia

A famosa fabricante do iPhone explicou que irá tomar uma série de ações como consequência da guerra travada pelo presidente russo Vladimir Putin, incluindo a suspensão das vendas dos aparelhos. Na semana passada, a empresa parou todas as exportações para os canais de vendas da Rússia. Além disso, foi bloqueado também o Apple Pay e outras funções também estão restritas, e a empresa desativou todo o tráfego e eventos em tempo real no mapa da Ucrânia.

A decisão veio logo após a invasão, quando representantes do governo ucraniano pediram ao Tim Cook, CEO da Apple, que suspendesse as vendas na região. Além disso, aplicativos Sputnik e Rússia Today de portais de notícias nacionais, estão fora do ar da App Store no país.

Veja também: Rússia X Ucrânia: Como o Brasil vai lidar com a importação e exportação dos negócios

Encerramento de atividades na Rússia

  • Sistema bancário

Uma das restrições que terá maior impacto na economia russa é a retirada de vários bancos que fazem parte do sistema Swift, a plataforma internacional de comércio e finanças que faz pagamentos interbancários em escala global.

Recentemente, a Swift disse que está aguardando informações sobre os bancos que queriam sair de seus sistemas. Essa semana, a UE anunciou que pediu aos bancos estatais Promsvyazbank, Sovcombank, Otrkitie, Bank Rossiya, Bank Otrkitie, VTB e VEB que fossem excluídos do sistema.

O grupo também disse que congelaria os ativos do Banco Central da Rússia. Além do bloqueio completo do Fundo de Investimento Direto Russo, os EUA também bloquearam o Banco Central Russo de negociar em dólares. De acordo com autoridades do país, as medidas foram tomadas para evitar que o país entrasse na reserva durante a guerra para passar por “tempos difíceis”.

Veja também: Banco Central da Rússia fecha bolsa de Moscou e sobe taxa de juros para 20%

  • Transporte

A União Europeia também tomou a decisão de fechar seus espaços aéreos para a Rússia, além de proibir que os mesmos pousassem, sobrevoassem ou decolassem dos países membros. Ou seja, esses impedimentos incluem todas as aeronaves russas, inclusive jatos particulares.

Além disso, a Grã-Bretanha baniu completamente a Aeroflot, a companhia de seu espaço aéreo. North American Delta Air Lines cessou operações de voos na Rússia. Agora, já a Boeing também fechou seu negócio principal em Moscou. A empresa suspendeu os serviços de suporte, manutenção e peças para Aeroflot.

Portanto, as duas maiores companhias marítimas do mundo, MSC e Maersk, suspenderam os embarques para a Rússia. No caso da Maersk, o que não chegará no país são materiais médicos, alimentos e suprimentos.

  • Commodities

A Exxon Mobil anunciou essa semana também que se retirará do leste da Rússia da joint venture na ilha de Sakhalin, e afirmou não investirá mais em outros negócios no país. A BP planeja vender sua participação de 19,75% na gigante petrolífera russa Rosneft e encerrar os seus serviços no país. A decisão encerrou 30 anos de atuação no país, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

A Shell também disse que encerrou todas as suas operações na Rússia, incluindo uma joint venture com a estatal de gás Gazprom e uma grande planta de gás natural liquefeito (GNL). A TotalEnergies francesa deixará de financiar projetos na Rússia e disse que cumprirá as sanções europeias, embora isso tenha impacto em suas atividades.

  • Grandes empresas

Todavia, gigantes como Twitter, Snapchat, Netflix, Meta, YouTube e Disney se pronunciaram e restringiram os seus serviços na Rússia. A empresa controladora do Snapchat, disse que a plataforma parou dos anúncios na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia e interrompeu a venda de anúncios na Bielorrússia e Rússia. A empresa prometeu doar US$ 15 milhões para organizações de ajuda ucranianas.

Os algoritmos do Facebook pararam de recomendar postagens da mídia estatal russa e em breve serão removidos os serviços do Instagram, disseram executivos da Meta. Além disso, o YouTube bloqueou canais de mídia patrocinados pelo Estado russo na Europa. Em suma, por sua vez, a Netflix anunciou que não pretende continuar publicando canais de esporte, notícias e entretenimento. No entanto, a Disney anunciou que irá parar os lançamentos, e as plataformas de DirecTV e TV Roku baniram as estatais russas.

Entenda sobre a guerra

Após a Revolução Russa, a Ucrânia foi absorvida pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922. Recuperando a sua independência em 1991, com o fim da URSS. As atuais fronteiras foram fixadas em 1954, pelo então líder soviético Nikita Khrushche, inclusive transferindo a península da Crimeia como um “presente” para fortalecer os laços entre as duas nações.

Contudo, o conflito entre Rússia e Ucrânia começa oficialmente em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e passou a armar separatistas da região de Donbass, no Sudeste. Há registro de mais de 15 mil mortos a partir disso. Essa era uma demanda de grupos nacionalistas russos que aguardavam o retorno da península ao território da Rússia desde a queda da União Soviética, em 1991.

Portanto, por sua vez a Ucrânia desde sua independência, sempre buscou alinhamento com a União Europeia e Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mesmo com profundas divisões internas que separavam a população. De um lado, a maioria dos falantes da língua ucraniana que apoiavam a integração com a Europa. De outro, a comunidade de língua russa, ao leste, que preferiam o estreitamento de laços com a Rússia. A aproximação com a União Europeia e a Otan sempre foi considerado uma ameaça para a soberania Russa. Por outro lado, a Ucrânia nunca aceitou que Putin interferisse no seu território.

Em suma, no dia 24/02/2022, depois de várias ameaças e ataques verbais de ambos os lados e da interferência da Otan a de países como os EUA, Alemanha, França e Reino Unido em pró dos Ucranianos e dos Chineses em favor dos russos, o presidente russo Vladimir Putin, invade a Ucrânia começando a guerra.

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