82% dos empresários apoiam democracia no Brasil 

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Segundo pesquisa promovida pela Fundação Tide Setubal e Instituto Sivis, a maioria dos empresários acreditam que a democracia, apesar de imperfeita, ainda é o melhor regime 

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Os dados mostram que 98% acreditam que a estabilidade proporcionada pelo respeito às instituições e separação dos poderes, contribui para seus negócios prosperarem. A pesquisa ocorreu entre 20 de maio e 8 de julho, e ouviu 417 empresários brasileiros.  

A amostragem foi composta por três eixos para caracterizar as empresas: as cinco regiões do país, setores (indústria, comércio e serviço) e porte (grande, média e pequena). 

A pesquisa foi elaborada antes dos movimentos que preconizam o respeito à democracia, que contou, inclusive, com apoio do setor empresarial e entidades do setor privado. Os dados refletem uma mudança do grupo, de acordo com a superintendente da Fundação Tide Setubal, Mariana Almeida.  

Segundo Mariana, o fato de a pesquisa ter sido feita antes, por exemplo, da coletiva que reuniu embaixadores e foi preenchida por ataques do presidente Bolsonaro às urnas e às eleições, favoreceu o entendimento de que essa sensação de “corresponsabilidade social” já vinha sendo gestada. A superintende faz alusão ao episódio de 18 de junho.  

O levantamento mostra que 82,5% dos que compõem o empresariado brasileiro concordam (totalmente ou em parte) que ninguém deve ser torturado, independentemente das circunstâncias 

Conveniência dos negócios 

A pesquisa também abrange uma seara importante, a da relativização. Quando questionados sobre justificar a eventual atitude do Presidente da República de fechamento do Congresso e governar sozinho em uma situação de crise, os números oscilam. 55% afirmam discordar totalmente. Enquanto 32% dizem concordar, parcialmente ou totalmente.  

Um dado interessante diz respeito à percepção da prioridade a ser assumida nos próximos anos, um terço vê a proteção à liberdade de expressão como mais importante (33,8%) – combater a inflação está logo atrás (30%) 

Tanto quanto parece ser resultado de uma percepção sobre si mesmos, 81,5% do empresariado concorda, totalmente ou parcialmente, que também possuem responsabilidade pela resolução dos problemas sociais.  

Isolado

Na segunda-feira (8), Bolsonaro participou de um almoço na Febraban (representante dos bancos brasileiros). No momento que fez sua fala, Bolsonaro chamou o manifesto a favor da democracia de “cartinha”.  

Como a democracia afeta o crescimento econômico 

É fato que a democracia incita críticos e defensores, a questão se apresenta como ambivalente justamente por sua complexidade. É uma questão que interessa a todos, será que estarmos sob a instituição democrática nos oferece o melhor caminho rumo à prosperidade? 

Para se avaliar essa questão é necessário construir índices que correspondem aos meandros do processo de decisão do poder público, e que reverbera na vida econômica do país.  

O estudo intitulado Democracy Goes Cause Growth, que avalia essa questão, considera uma amostragem de 175 países, e tem como pesquisador responsável Adriano Valladão Pires Ribeiro. O estudo considera o período de tempo entre 1960 e 2010, além de condensar informações de índices como Freedom House e Polity IV. O artigo considera um país democrático se ele corresponda a vários critérios diferentes.  

Além disso, informações como aferição do PIB per capita avaliada pelo Banco Mundial, informações sobre investimentos, remunerações, trocas comerciais, taxas de matrículas no ensino primário e secundário e mortalidade infantil são consideradas.  

A evolução do PIB influencia uma força importante na sistematização dos resultados. Isso porque uma mudança no regime de poder de um país tem impacto sobre o crescimento econômico a longo prazo.  

Portanto, o chamado efeito de longo prazo, que representa o efeito total da democratização da produção de riqueza do país, corresponde ao acúmulo das variações ao longo do tempo. Portanto, segundo o estudo, uma mudança que perdure no país implica um aumento total de 21,24% no PIB per capita. É importante ressaltar que o ganho completo decorrente da mudança ocorre entre 25 e 30 anos após a transição.  

Ao utilizar o método de ondas de democratização regionais é possível observar a dinâmica do PIB também. A metodologia nesse caso demonstra um incremento no total de democratização do PIB, definir a democracia em um país de forma definitiva gera um aumento de 26,32% no PIB per capita.  

É perceptível, no estudo, que o regime democrático conduz a melhores taxas de matrícula no ensino primário e secundário, redução na mortalidade infantil, melhor terreno para se promover reformas e conduzir reviravoltas sociais.  

 

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