Copom mantém taxa Selic em 13,75% ao ano

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Copom mantém taxa Selic em 13,75% ao ano

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic no patamar atual. O anúncio foi feito nessa quarta-feira (21), no entanto, a diretoria disse que não hesitaria caso a inflação não ceda como esperado.

Como consequência da defasagem da política monetária, o Copom visa as metas de inflação para o ano que vem, e, em menor grau, a meta de 2024.

No entanto, na última reunião, decidiu mudar sua visão acerca do índice acumulado em 12 meses no primeiro trimestre de 2024.

A mudança ocorreu em decorrência do impacto das medidas de corte de impostos do governo federal. Ontem, o Banco Central decidiu novamente manter a meta de inflação considerando o possível cenário aos seis trimestres à frente, por causa disso, a manteve em 3,5%.

O comitê decidiu reduzir suas projeções para a inflação deste ano e para 2023. 5,8% e 4,6%, respectivamente. No entanto, elevou de 2024, a 2,8%.

A trajetória de aumento resultou em uma alta de 11,75 pontos percentuais, foram 12 altas consecutivas motivas pela inflação alta e sem sinais de desaceleração.

Esta é a primeira vez desde 2016, no entanto, que a decisão do comitê não foi unânime. Fernanda Guardado, diretora de assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos, e o diretor de organização do sistema financeiro e resolução, Renato Gomes, votaram por um aumento brando, de 0,25 ponto percentual, estabelecendo a taxa a 14% ao ano.

Juro real no país

O Brasil continua com o juro real mais alto do mundo. Segundo dados de um levantamento feito pela gestora de investimentos Infinity Asset Management, a taxa real do país é de 8,22% ao ano, esse conceito significa a taxa descontada da inflação esperada para os próximos 12 meses.

Em março, após reunião do Copom que estabeleceu a décima alta consecutiva da taxa, o Brasil estabeleceu a marca de primeiro país com a maior taxa básica de juros no mundo.

A composição da taxa real considera a inflação prevista para os próximos 12 meses, segundo o boletim Focus, promovido pelo BC (Banco Central), que foi de 4,99%, e os juros futuros também dos próximos 12 meses com vencimento em setembro do ano que vem.

Quando a comparação se dá no campo nominal, o país vai ao segundo lugar, ficando atrás apenas da Argentina, onde a taxa está em 75% ao ano. Embora o preço das commodities tenha apresentado queda, a inflação no mundo inteiro ainda se mantém persistente. Logo, os países optam por manter a taxa básica em alta.

Juros nos EUA

Outro país que tem enfrentado forte inflação é nosso vizinho do norte, os EUA tiveram um quinto aumento no ano, estabelecendo a taxa em seu maior patamar desde 2008, ano da crise global que teve início em Wall Street. Esse cenário estimula os investidores a retirarem seu dinheiro de países emergentes e se voltarem para economias mais sólidas, em busca de riqueza e segurança. No entanto, esse movimento pode ajudar o Brasil a controlar a inflação.

O banco central norte americano, Fed (Federal Reserve), elevou sua taxa básica em 0,75 ponto percentual. Retirando de 3% para 3,25%. Segundo informações do próprio Fed, a expectativa é que a taxa básica possa chegar a 4,40% até o final do ano. E atingir 4,60% no próximo ano.

Estimativas do PIB americano

As projeções indicam que o PIB americano deve crescer 0,2% neste ano e 1,2% em 2023. Os dados apontam que a inflação no vizinho do norte não deve voltar à meta de 2% até 2025. De acordo com o governo, atualmente a taxa está em 8,3% no acumulado de 12 meses até mês passado.

Aspectos que indicam recessão ou desaceleração?

As maiores economias do mundo, sobretudo a americana, direcionam os rumos do crescimento. A alta nos EUA indica uma conjuntura de menor expansão da atividade econômica.

O aumento nos juros encarece os empréstimos, consequentemente, as famílias e as empresas diminuem a atividade econômica através do recuo em investimentos e consumo.

Esse recuo diminui a produção de bens e a prestação de serviços mundialmente, por sua vez, as exportações brasileiras também são reduzidas. Segundo o diretor de macro pesquisa global da Oxford Economics, Ben May, a expectativa é que a economia mundial tenha em 2023 os piores resultados em mais uma década.

O ranking de 40 países, com base no levantamento da MoneYou e da gestora Infinity Asset Manegement, exemplifica a situação de forma didática. 17,5% dos países mantiveram suas taxas, enquanto 77,5% aumentam os juros, e, apenas 5% promoveram cortes desde a última edição do ranking, em agosto.

Entenda a Selic

A principalmente ferramenta para controle da inflação, a taxa básica de juros serve para balizar os aspectos de empréstimos mediados entre instituições financeiras. Essas transações utilizam títulos públicos federais como garantia.

O que garante que a Selic esteja alinhada com a meta dos juros estabelecidos pelo comitê do Banco Central é a atuação do órgão, justamente, no mercado que dinamiza títulos de caráter público.

Outro aspecto sobre juros é que cada instituição bancária é livre para definir as características dos empréstimos que concedem. Em contratos entre bancos e clientes não há interferência do Banco Central, ou algum tipo de teto.

A única obrigatoriedade que legitima a autonomia para essa definição é permitir que quem contrata o empréstimo esteja ciente sobre quais juros incidem sobre o contrato firmado entre as partes.

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