Setembro tem a maior inflação dos alimentos desde o Plano Real
O segmento mais atingido é o de bebidas e alimentação, apesar dos recuos recentes dos preços no Brasil, os alimentos acumularam alta de 9,54% no ano, considerando o período de janeiro até setembro.
Em uma análise de comparação ao longo dos anos, os dados identificam o período atual (os nove meses do ano já transcorridos) como a maior alta desde o início da vigência do Plano Real. Os dados são do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O percentual do acumulado para o mesmo período (janeiro a setembro) chegou a 915,08%.
Dinâmica de altos e baixos
O segmento de alimentação e bebidas sofreu queda de 0,51% em setembro, no IPCA. Outro período que registrou resultado parecido foi maio de 2019, quando o índice chegou a -0,56%. Se trata, porém, da primeira desde novembro do ano passado, à época a taxa foi de -0,04%.
O impacto do resultado trouxe o acúmulo inflacionário de 10,10% até agosto para 9,54% no último mês. O acumulado de 12 meses também registrou queda, indo de 13,43% para 11,71%. Esse hiato na tendência de alta foi ocasionado pelo leite longa vida, apesar da aceleração registrada anteriormente.
De acordo com especialistas, os alimentos tendem a permanecer em um patamar relativamente elevado, embora não devam apresentar variações para cima maiores que as do início do ano. Segundo as projeções atuais, o momento parece não apresentar novas deflações para o segmento até o fim do ano.
Inflação na cesta básica
O debate sobre inflação, e como ela impacta a alimentação da classe baixa, está presente na opinião pública; encontra, portanto, respaldo no interesse eleitoral dos candidatos. É a partir dessa conjuntura que os preços passam a ter uma importância mais ampla. Políticas de ajuda complementar da renda são objetos de discussão desde sempre no país. o Auxílio Brasil, apesar de atenuar a situação das famílias, ainda é insuficiente.
De acordo com um levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no mês de setembro, a média de preço da cesta básica apresentou queda em 12 das 17 capitais.
Embora o resultado pareça otimista, dentre as 17 metrópoles consideradas na pesquisa, apenas 5 possuíam a cesta básica abaixo do valor do benefício; R$ 600. Todas elas no Nordeste: Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32), Recife (R$ 580,01) e Natal (R$ 581,53).
Aspecto conjuntural
O IPCA, de forma geral, teve queda de 0,29% em setembro. A deflação teve a sua terceira queda seguida, uma grande parte dessa dinâmica tem a gasolina como principal responsável.
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