Deflação tem segundo mês consecutivo e inflação no Brasil se aproxima da média mundial.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou o segundo mês consecutivo de queda, agosto teve queda de 0,36%. O IBGE divulgou os dados nesta sexta-feira (9). O mês de julho teve recuo de 0,68%.
A inflação acumulada ficou em 4,39%. Os últimos doze meses registrou 8,73%.
Dados do mercado; deflação influencia
A projeção mediana do mercado havia sido apontada para uma queda mensal de 0,40%, e uma alta de 8,69%. Os dados comparam o mesmo mês do ano passado.
A meta para este ano é de 5%, os dados atuais, portanto, ultrapassam a meta estipulada pelo BC.
A retração da energia elétrica em (-1,27%) foi um dos fatores dessa queda neste mês, o mês anterior havia registrado 5,78% por causa da redução das alíquotas de ICMS, segundo Pedro Kislanov, gerente de pesquisa do IBGE.
Itens que contribuíram para o cenário
Como já se sabe, o corte dos impostos dos combustíveis influenciou os dados atuais. Além disso, as quedas nos preços da gasolina anunciadas pelo governo também influenciaram o atual cenário.
O grupo de transportes impactou negativamente o índice, a queda no segmento foi de 3,37%. Sua contribuição, então, foi de 0,72 p.p no resultado geral. A retração nos combustíveis foi de 10,82%.
A deflação alcançou os quatro tipos de combustíveis, o gás veicular teve queda de -2,12%, etanol ficou em -8,67%, óleo diesel registrou -3,76%. A gasolina teve a maior deflação com -11,64%.
Ainda segundo Pedro Kislanov, a sazonalidade explica a primeira queda nos preços das passagens aéreas após quatro meses em tendência de alta. Deve-se considerar o mês de julho, que é um mês de férias, aumentando, assim, a demanda por passagens. A queda foi de -12,07%.
Outros itens
O grupo de alimentos e bebidas registrou 0,24%, indicando desaceleração. O mês passado registrou 1,30%. Os alimentos que também apresentaram queda foram o tomate, com -11,25%, a batata inglesa -10,07% e o óleo de soja -5,56%. Esses itens influenciaram a alimentação na casa das pessoas, retendo a taxa próximo à estabilidade. 0,01%; deflação do leite longa vida, importante componente da cesta, ficou em 1,78% no mês passado.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor é um importante indicador da situação no país. A taxa para agosto teve queda de 0,31%, reiterando a tendência de julho, quando o índice registrou recuo de 0,60%. A importância do índice está em seu critério de observância. A medição dos preços leva em consideração famílias com renda de um a cinco salários mínimos e que possuem liderança assalariada.
O índice teve alta acumulada de 4,65% no ano. E em 12 meses registrou 8,83%. O mês de agosto do ano passado contribuiu para o índice em 0,88%.
Inflação do Brasil no contexto mundial
Segundo OCDE, o Brasil tinha a terceira maior inflação ao consumidor em julho do ano passado. O levantamento considerava 44 países. O órgão espera que os dados para agosto fiquem em torno de 8,5% em 12 meses. É possível que termine o ano ainda nesse nível, próximo aos EUA, próximo a 25ª posição.
Mediante a conjuntura econômica atual, a queda nos preços dos combustíveis ajudou o país a ficar próximo da média das economias desenvolvidas. Segundo levantamento do banco UBS BB isso não ocorria há dois anos.
Desde junho de 2020, ano da pandemia, a inflação acumulada sob a análise de 12 meses continua acima da média das economias desenvolvidas. Abril foi o primeiro mês que apresentou tendência de arrefecimento nesses dados. O pico foi em setembro do ano passado, quando foi registrado 5,62 pontos percentuais. Em junho deste ano esteve em 0,92 ponto.
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