Black Friday: produtos mais cobiçados são também os mais tributados

Black Friday: produtos mais cobiçados são também os mais tributados

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) produziu um levantamento que indica que a maior incidência de tributos está justamente nos produtos mais procurados na Black Friday. O levantamento considera tanto impostos estaduais quanto federais.

De acordo com o instituto, a concentração de tributações está nos produtos eletrônicos. Por exemplo, um aparelho de videogame comercializado no país tem 72% de seu valor composto por impostos. A título de exemplo, um artigo cobiçado desde que chegou ao mercado, o Playstation 5, tem seu valor entorno de R$ 6 mil; sem os impostos, esse valor chegaria a R$ 2 mil.

Ainda segundo o IBPT, o smartphone é outro item que tem grande parte de seu preço constituído por tributos. No país, 68% do preço vem da incidência das tarifas. Portanto, um IPhone 13 teria uma queda de R$ 9,2 mil (valor médio atualmente) para R$ 2,8 mil no seu preço, na hipótese que não considera os tributos federais, por exemplo.

Os exemplos usados até agora são, evidentemente, de caráter supérfluo. No entanto, outros itens essenciais para uma família também sofrem influência da tributação em níveis estaduais e federais. De acordo com o levantamento, o segundo segmento que mais sofre com a incidência de tarifas são os eletrodomésticos. O preço de uma geladeira é quase metade composto por impostos.

Arrecadação

Alguns impostos recaem sobre a nota fiscal do produto ao entrar no país, o caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Além do PIS/COFINS, de cunho federal, e o cobrado pelos estados, em razão da circulação da mercadoria pela jurisdição de cada unidade federativa; o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

De acordo com o professor de Direito Tributário e Compliance da Faculdade Instituto, Cláudio Carneiro, o cenário ideal preconiza a criação de mecanismos de transparência que favorecessem a análise da composição dos preços por parte dos consumidores. “Quando o consumidor vai ao shopping, ele não sabe quanto é pago de tributo e quanto é o custo, de fato, do produto”, ressalta.