
O portal Boas Ideias resolveu perguntar. Quem fez mais para as pequenas empresas: Lula ou Bolsonaro? O empreendedor decide!
Na onda da polarização política, e já entrando no debate eleitoral de 2026, o Brasil hoje conta com 6,4 milhões de empresas de médio e pequeno porte. Desse total, 99% são micro e pequenas empresas (MPE). As MPEs respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões) e tem até um ministério exclusivo para cuidar dos seus interesses.
Pois bem, nossa ideia é fazer um comparativo entre os últimos dois presidentes, que provavelmente indireta ou diretamente, vão continuar dominando às próximas eleições.
Quem fez mais? Quem foi melhor para as micro e pequenas empresas? Lula nos seus dois mandatos e meio ou Bolsonaro?
Procurando deixar as paixões e ideologias de lado esse artigo, quer buscar o que cada um fez na sua época e deixar para o leitor no final decidir o que foi melhor.
De inicio já fazemos a seguinte reflexão, essa construção vai depender muito de perspectivas e critérios específicos. Ambos os governos implementaram políticas dentro das suas crenças políticas, sociais e económicas, que impactaram diretamente e indiretamente as pequenas empresas. Abaixo estão alguns pontos para comparar os dois governos.
Pontos positivos governo Lula (2003-2010)
Os dois primeiros mandatos do governo Lula foram marcados pelo aumento do consumo, acesso ao crédito, crescimento económico, programas sociais e presença forte do estado na execução de políticas publicas que impulsionaram o setor.
Dentro dessas politicas públicas, pode–se destacar:
– Criou a Lei Geral das MPEs, também conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, por meio Lei Complementar nº 123/2006 para regulamentar setor.
– Criou e fortaleceu programas como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda), que ofereciam crédito e apoio técnico para pequenos negócios e agricultores familiares.
– Consolidação o Simples Nacional, facilitando a vida de micro e pequenas empresas ao unificar tributos e reduzir a burocracia.
– Expandiu o acesso ao crédito por meio de bancos públicos, como o BNDES e Caixa Económica Federal e o criou o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, com taxas de juros mais acessíveis para pequenos empreendedores.
– Criou o MEI (Microempreendedor Individual), programa de formalização de trabalhadores autónomos, profissionais liberais e micro e pequenos negócios, garantindo isenções tributarias, formalização e benefícios previdenciários aos usuário do programa.
Pontos negativos e desafios governo Lula (2003 – 2010)
– Problemas crónicos com corrupção, que impactaram diretamente no orçamento e na credibilidade tanto do governo quanto do setor empresarial.
– Apesar dos esforços para simplificar processos, o chamado Custo Brasil e o excesso de burocracia, foram obstáculos importantes para muitos pequenos empreendedores, tanto no ambiente de negócios, como por exemplo no procedimento para abrir e fechar empresas.
Quantas empresas abriram e quantas fecharam no ano de 2010?
No ano de 2010, o Brasil estava em um momento de recuperação económica após a crise financeira global de 2008-2009. O governo Lula (2003-2010) havia implementado políticas de estímulo ao empreendedorismo e à formalização de negócios, como o Simples Nacional, o que contribuiu para um cenário positivo para as micro e pequenas empresas.
Os dados mostram que 2010 foi um ano positivo para o empreendedorismo no Brasil, com um saldo líquido significativo de empresas abertas em relação às fechadas.
Aqui estão os dados disponíveis sobre abertura e fechamento de empresas em 2010:
– Empresas abertas em 2010: segundo dados da Receita Federal, foram abertas aproximadamente 1,5 milhão de empresas no Brasil em 2010. O crescimento do número de empresas foi impulsionado pelo Simples Nacional e pelo aumento do consumo interno, que incentivou o empreendedorismo.
– Empresas fechadas em 2010: no mesmo ano, cerca de 400 mil empresas foram fechadas, segundo estimativas do IBGE e do Sebrae. A taxa de fechamento foi relativamente baixa em comparação com períodos de crise económica, refletindo a recuperação da economia brasileira na época.
– Saldo líquido (Abertas – Fechadas): saldo positivo de aproximadamente 1,1 milhão de empresas em 2010. Esse saldo positivo reflete o ambiente económico favorável e as políticas de apoio às micro e pequenas empresas.
– Contexto económico em 2010: o Brasil cresceu 7,5% em 2010, um dos maiores índices da década. Houve um aumento do emprego formal e do poder de compra da população contribuíram para o crescimento do número de empresas. Os programas como o Simples Nacional e o MEI (Microempreendedor Individual), criado em 2009, facilitaram a formalização de pequenos negócios.
Pontos positivos governo Bolsonaro (2019-2022)
Priorizou o liberarismo e a redução da presença estatal nos processos em um primeiro momento. Teve que rever essa estratégia por conta da pandemia e da necessidade de socorrer a população e as empresas .
Além disso, de relevante no seu governo pode-se pontuar:
– Redução de impostos sobre insumos
– A desoneração da folha de pagamento de 20 setores da economia que pagavam 20% e hoje pagam no máximo 4,5%;
– A criação do Perse, programa de auxilio emergência para o setor de eventos.
– A reforma previdenciária, que pretendia promover economia e modernização do sistema de aposentadorias.
– A Lei da Liberdade Económica, que visava reduzir a burocracia e facilitar a abertura e operação de pequenas empresas.
– Os programas como Pronampe (programa de crédito para micro e pequenas empresas), linha de crédito voltada para micro e pequenas empresas, que oferece taxas de juros atrativas e prazos estendidos para pagamento.
– A criação do auxílio emergencial, que ajudou muitos pequenos negócios indiretamente, ao manter o poder de compra da população.
– O pacote de redução de exigências para abertura de empresas e digitalização de processos.
Pontos negativos e desafios governo Bolsonaro (2019 – 2022)
– A má gestão na pandemia com mais de 770 mil mortes, causou impacto negativo na economia, pois o Brasil ficou mais tempo do que devia com as medidas restritivas.
– Fatores externos como a guerra na Ucrânia elevaram custos e impactaram o poder de compra da população.
– Além disso, cambio, taxa de juros e desemprego acima de dois digito dificultaram muito a vida de Bolsonaro.
– Os pequenos negócios tiveram dificuldade para conseguir acessar os programas de auxilio principalmente de financiamentos
Quantas empresas abriram e quantas fecharam no ano de 2022?
No ano de 2022, o Brasil ainda estava se recuperando dos impactos da pandemia de COVID-19, que afetou profundamente a economia, especialmente as micro e pequenas empresas. No entanto, o cenário começou a apresentar sinais de melhora em relação aos anos anteriores (2020 e 2021), que foram marcados por altos índices de fechamento de empresas.
Apesar do saldo positivo em 2022, é importante considerar que o crescimento do número de empresas abertas foi impulsionado em grande parte pelo aumento de MEIs, que muitas vezes representam empreendimentos de menor porte e renda. Além disso, o cenário econômico em 2022 ainda apresentava desafios significativos, como a inflação e os juros altos, que impactaram a sustentabilidade de muitos negócios.
Aqui estão os dados disponíveis sobre abertura e fechamento de empresas em 2022:
– Empresas abertas em 2022: segundo dados da Receita Federal, foram abertas aproximadamente 4,3 milhões de empresas no Brasil em 2022. Desse total, a grande maioria foi de Microempreendedores Individuais (MEIs), que continuaram a crescer significativamente, impulsionados pela necessidade de geração de renda e pela facilidade de formalização. O aumento no número de empresas abertas também reflete a retomada gradual da economia após os piores momentos da pandemia.
– Empresas fechadas em 2022: no mesmo ano, cerca de 1,6 milhão de empresas foram fechadas, segundo estimativas do IBGE e do Sebrae. Apesar de ainda ser um número alto, houve uma redução significativa em relação a 2020 e 2021, anos em que o fechamento de empresas atingiu picos históricos devido à pandemia.
– Saldo Líquido (Abertas – Fechadas): Saldo positivo de aproximadamente 2,7 milhões de empresas em 2022. Esse saldo positivo indica uma recuperação do empreendedorismo no Brasil, embora muitos setores ainda enfrentassem desafios, como o aumento dos custos de operação e a alta dos juros.
– Contexto económico em 2022: o Brasil cresceu 2,9% em 2022, após dois anos de instabilidade causada pela pandemia. A retomada do consumo e do emprego contribuíram para o aumento no número de empresas abertas. No entanto, o ano foi marcado por desafios como a inflação alta, os juros elevados e a incerteza política devido às eleições presidenciais.
– Crescimento do MEI: o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) continuou a crescer, atingindo mais de 13 milhões de registros em 2022.
– Setores mais afetados: comércio e serviços foram os setores com maior número de aberturas e fechamentos, refletindo a volatilidade desses segmentos.
Pontos positivos governo Lula (2023 – 2024)
O governo Lula 3, começou em 1º de janeiro de 2023, e desde então tem priorizado políticas voltadas para a retomada do crescimento económico, a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento de setores estratégicos, incluindo as pequenas e médias empresas.
Abaixo, estão algumas iniciativas e medidas relevantes para as pequenas empresas no período de 2023 a 2024:
– A criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas
– Aprovação da reforma tributária, que vai simplificar o sistema de tributos relacionados ao consumo no Brasil, o que pode beneficiar as pequenas empresas ao reduzir a complexidade e os custos.
– A criação do Programa Nova Indústria Brasil:, que consiste na política industrial de longo prazo, que visa estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, além da inovação entre diversos campos e agentes do país.
– A redução de encargos trabalhistas para empresas de pequeno porte.
– O incentivo a setores estratégicos da indústria nacional, que podem beneficiar pequenos fornecedores.
– A criação do programa “Desenrola Brasil” para renegociação de dívidas de pessoas físicas e empreendedores endividados. Além, d facilitação na renegociação de dívidas de pequenas empresas com bancos públicos e privados, ajudando a aliviar o impacto da crise económica.
– Reativou e ampliou programas de crédito rural, como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), voltados para pequenos agricultores e produtores rurais.
– Expandiu o Microempreendedor Individual (MEI), promovendo uma simplificação dos processos de formalização e ampliação dos benefícios para os MEIs, como acesso a crédito e capacitação.
– A manutenção e o reforço no Simples Nacional, regime tributário preferido pelas micro e pequenas empresas devido à sua simplicidade e taxas reduzidas.
– O programas de incentivo a inovação nas pequenas empresas por meio de programas como o Sebrae Tec e Sebrae Têm, alem de parcerias com universidades e centros de pesquisa, para oferecer capacitação e suporte técnico a pequenos empreendedores.
– Iniciativas de apoio a pequenas empresas na transição para práticas sustentáveis, com acesso a financiamento e capacitação.
– Criação de programas de inclusão produtiva, com políticas de geração de emprego e renda, especialmente para populações vulneráveis, o que indiretamente beneficia as pequenas empresas ao aumentar o poder de compra da população.
– Retorno do investimento em infraestrutura, o que pode gerar oportunidades para pequenas empresas no setor de construção civil e serviços relacionados.
Pontos negativos e desafios governo Lula (2023 – 2024)
– A reforma tributária foi aprovada, mas só entra em vigor em 2027. Uma preocupação futura, é com um possível aumento de impostos para pequenos negócios.
– O aumento excessivo da Selic, que pode chegar a 15% em 2025, conforme previsões de especialistas são a maior dificuldade do governo atual, pois independem somente das decisões do governo, pois conta com um Banco Central autónomo. o que ainda dificultam o acesso a crédito barato para pequenos empresários.
– O dólar chegou aos R$ 6,30 ficando no patamar mais alto. Impactando nas compras das empresas, que importam muitos produtos..
– O descontrole nas conta do governo, que gasta mais do que deveria e acaba impactando na sua credibilidade e no humor do mercado financeiro.
Quantas empresas abriram e quantas fecharam no ano de 2024?
Em 2024, o Brasil registrou a abertura de 2.916.037 empresas e o fechamento de 1.684.675, resultando em um saldo positivo de 1.231.362 novas empresas ativas no país.
Esses dados indicam uma dinâmica empresarial positiva em 2024, com um saldo líquido de 1.231.362 novas empresas ativas no país.
Aberturas de Empresas:
1º Quadrimestre de 2024: Foram abertas 1.456.958 empresas, representando um aumento de 26,5% em relação ao terceiro quadrimestre de 2023 e de 9,2% em comparação ao mesmo período de 2023.
2º Quadrimestre de 2024: Houve a abertura de 1.459.079 empresas, um crescimento de 0,3% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024 e de 5,3% em comparação ao mesmo período de 2023.
Fechamentos de Empresas:
1º Quadrimestre de 2024: Foram encerradas 854.150 empresas, um aumento de 24,4% em relação ao terceiro quadrimestre de 2023 e de 15,1% em comparação ao mesmo período de 2023.
2º Quadrimestre de 2024: Foram fechadas 830.525 empresas, uma redução de 3,0% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024, mas um aumento de 11,7% em comparação ao mesmo período de 2023.
Expectativas para 2024:
– Cenário econômico: a economia brasileira deve continuar em um processo de recuperação, com projeções de crescimento do PIB em torno de 1,5% a 2% para 2024, segundo estimativas de instituições como o Banco Central e o FMI. A inflação deve se manter sob controle, mas os juros altos (Selic) podem continuar impactando o custo de crédito para as empresas.
– Políticas governamentais: o governo Lula tem focado em políticas de inclusão produtiva, acesso a crédito e fortalecimento de programas como o Simples Nacional e o MEI (Microempreendedor Individual). Investimentos em infraestrutura e incentivos à indústria nacional podem gerar oportunidades para pequenas e médias empresas.
– Tendências do empreendedorismo: o número de MEIs deve continuar crescendo, impulsionado pela necessidade de geração de renda e pela facilidade de formalização. Setores como tecnologia, sustentabilidade e economia criativa devem se destacar, atraindo novos empreendedores.
Projeções para abertura e fechamento de empresas em 2024:
Com base nas tendências atuais, é possível estimar:
– Empresas abertas: entre 4,5 milhões e 5 milhões de empresas podem ser abertas em 2024, com destaque para o crescimento de MEIs.
Empresas fechadas: entre 1,5 milhão e 2 milhões de empresas podem fechar, dependendo do cenário econômico e da capacidade de recuperação dos setores mais afetados.
Fatores que podem influenciar
– Custos de operação: a alta dos insumos e dos juros pode pressionar as pequenas empresas, aumentando o risco de fechamento.
– Acesso a crédito: programas de crédito a juros reduzidos, como os oferecidos pelo BNDES e bancos públicos, podem ajudar a sustentar os negócios.
– Desburocratização: avanços na digitalização e simplificação de processos podem facilitar a abertura e a gestão de empresas.
– Cenário global: a recuperação económica global e os preços de commodities podem impactar positivamente ou negativamente o Brasil.
Afinal quem foi melhor?
A escolha de quem foi “melhor” depende do ponto de vista: se você como empreendedor valoriza mais o apoio estatal e a inclusão ou se é da turma que prefere a desburocratização e a liberdade económica. E ai?
O que podemos dizer, é que ambos de alguma forma impactaram o setor significativamente, mas em direções distintas. Salientando que enquanto o governo Lula foi marcado por um ambiente econômico favorável e políticas de inclusão produtiva, o governo Bolsonaro enfrentou desafios sem precedentes, como a pandemia, que impactaram negativamente as pequenas empresas, apesar dos esforços para desburocratizar e facilitar o empreendedorismo.
Só analisar os seguintes dados estatísticos (Fontes: IBGE, Sebrae, Receita Federal):
– 2010,: foram abertas 1,5 milhão de empresas e fechadas 400 mil, com um saldo positivo de 1,1 milhão.
– 2022: foram abertas 4,3 milhões de empresas e fechadas 1,6 milhão, com um saldo positivo de 2,7 milhões.
– 2024: foram abertas entre 4,5 milhões e 5 milhões de empresas e fechadas: entre 1,5 milhão e 2 milhões.
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