Renda do funcionalismo teve déficit maior durante pandemia.
A renda média do trabalho teve queda mais acentuada para trabalhadores do setor público do que para os funcionários de empresas privadas.
Os dados que elucidam esse cenário são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No período que compreende de maio a julho de 2019, portanto, antes da pandemia, a renda média dos trabalhadores era estimada em R$ 4.468 (com valores atualizados) para funcionários da máquina pública.
Após três anos, considerando o mesmo período deste ano, a renda média caiu para R$ 4.086, o que representa depressão de 8,5% no período da crise sanitária. Os dados consideram a inflação.
Déficit no setor privado
Ao comparar o mesmo período, os funcionários do setor privado, excetuando os trabalhadores domésticos, sentiram a queda de R$ 2.421 para R$ 2.350. O que representa queda de 2,9%.
Os dados que avaliam a situação dos trabalhadores domésticos evidenciam queda de 5,1%. Com uma redução de R$ 1.106 para R$ 1.050.
Motivos que constituem a conjuntura
Além da inflação, um mal já conhecido dos brasileiros, outros fatores incidem sobre a parcela que constitui o funcionalismo; um desses fatores é a ausência de reajustes salariais. As informações da pesquisa do IBGE expressam os aspectos desse cenário consideram as três instâncias do poder público. Munícipio, estado e federação. Além desses três principais pilares, fundações, autarquias e empresas públicas e de economia mista.
Segundo o instituto, do primeiro trimestre até o mês de julho de 2019, esse grupo possuía 11,5 milhões de pessoas. A comparação feita com o mesmo período desse ano indica que o aumento foi de 4,6%, contabilizando 12 milhões de pessoas.
Apesar do déficit, ganho continua mais expressivo no setor público
Apesar da queda ser mais relevante para salários do funcionalismo, esses mesmos empregos continuam a gerar mais renda na média que os funcionários do setor privado. R$ 4.086 e R$ 2.350, respectivamente.
Segundo economistas, esse cenário tem como causa a elite do estado, que continua a puxar a média de rendimentos para cima. De acordo com os dados, as remunerações nesse setor sofrem maior disparidade.
Disparidade nos salários
Dos 11,5 milhões de vínculos de trabalho no funcionalismo, em 2018, um quarto recebia até R$ 1.566, e a metade recebia até R$ 2.272. As informações são de uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de agosto do ano passado.
Déficit de autônomos e donos na pandemia
A pesquisa mostra que os empreendedores viram seu rendimento médio cair de R$ 6.932 para R$ 6.459, entre o primeiro trimestre até julho de 2019 e o mesmo período deste ano.
Enquanto os dados sobre os trabalhadores autônomos foram o único segmento a apresentar variação positiva. Durante a crise sanitária, esta categoria teve alta de 3,5%, com seu rendimento médio passando de R$ 2.051 para R$ 2.122.
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