O Brasil não será tão impactado com a taxação dos EUA de 10%, decretada pelo presidente estudiniense Donal Trump anunciada na semana passada, que chacoalhou a economia no mundo inteiro, criando uma expectativa de geração de uma crise sem precedentes nos EUA e demais países que tem os americanos como principais parceiros comerciais.
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Imagem ilustrativa – Saldo comercial Brasil / EUA – Brasil / China nos últimos 20 anos (Fonte Secex – Elaboração FGV/Ibre). O Brasil pode sofrer impactos moderados com a nova taxação dos EUA, dependendo de quais setores forem mais afetados. A afirmação se refere a medidas que os Estados Unidos estão implementando ou planejando implementar, como aumento de tarifas sobre importações de determinados produtos — muitas vezes no contexto de protecionismo comercial ou disputas comerciais com países como a China.
O que está acontecendo?
Os Estados Unidos estão revendo políticas comerciais e podem aumentar tarifas de importação sobre determinados produtos estrangeiros, como parte de estratégias para proteger indústrias locais ou equilibrar a balança comercial.
O Brasil não é o principal alvo dessas medidas (que miram mais China e União Europeia), mas pode ser afetado indiretamente, especialmente em setores como:
– Aço e alumínio (que já sofreram sanções em 2018).
– Produtos agrícolas se houver restrições que afetem a competitividade global.
– Exportações industriais, dependendo da ampliação das tarifas.
Por que o impacto no Brasil seria moderado com a taxação dos EUA?
– Baixo volume de exportações diretamente afetadas: a maioria das medidas tarifárias dos EUA têm como principal alvo a China e outros países com superávit comercial significativo. O Brasil, apesar de ser um grande exportador, não é um dos principais alvos diretos dessas tarifas.
– Diversificação de mercados: o Brasil exporta para vários países e não depende exclusivamente do mercado americano. Isso dá alguma margem de manobra.
– Commodities menos afetadas: produtos como soja, minério de ferro e carne — que são grandes itens da pauta de exportação brasileira — não estão entre os mais afetados pelas novas tarifas americanas (ao menos até o momento).
– Possíveis ganhos indiretos: Em alguns casos, o Brasil pode até se beneficiar das restrições impostas aos concorrentes, como aconteceu quando os EUA aumentaram tarifas sobre produtos chineses — o Brasil passou a exportar mais soja para a China, por exemplo.
Impactos futuros com a taxação dos EUA?
– Redução da demanda global: tarifas americanas podem desacelerar o comércio global, afetando a economia mundial como um todo. Isso pode impactar indiretamente o Brasil, especialmente nas exportações.
– Mudanças nos fluxos de investimento: investidores podem ficar mais cautelosos, e isso pode afetar a entrada de capital estrangeiro no Brasil.
– Instabilidade cambial e comercial: em um cenário de incerteza global, o dólar pode se valorizar frente ao real, impactando custos de importação e inflação.
Oportunidades do Brasil com a taxação dos EUA?
– Se houver barreiras para outros países, o Brasil pode até ganhar espaço em nichos específicos, como no agronegócio.
– Pode ser um momento para fortalecer acordos comerciais com outras regiões (Mercosul, Ásia, Oriente Médio).
Balança comercial Brasil / EUA
Imagem ilustrativa – Em 2025, O Brasil fechou o trimestre com saldo negativo de 650 milhões de dólares na balança comercial com os norte-americanos (Foto CNI). A balança comercial entre Brasil e Estados Unidos mede a diferença entre o que o Brasil exporta para os EUA e o que importa dos EUA. Em 2023, as exportações brasileiras para os EUA somaram cerca de US$ 36 bilhões, sendo os EUA o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China.
Segundo dados do governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi da ordem de 7 bilhões de dólares somente em bens. Somados bens e serviços, o superávit chegou a 28,6 bilhões de dólares no ano passado. Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo.
Em 2025, O Brasil fechou o trimestre com saldo negativo de 650 milhões de dólares na balança comercial com os norte-americanos. As exportações brasileiras para os EUA caíram 13,3% em março, somando 3,27 bilhões de dólares, enquanto as importações avançaram 17,6% e chegaram a 3,53 bilhões de dólares. Ou seja, vendemos menos e compramos mais.
O resultado foi um déficit de 60 milhões de dólares no mês. No acumulado de janeiro a março, as vendas para os EUA recuaram 0,8%, totalizando 9,66 bilhões de dólares. Já as compras cresceram 14,7%, alcançando 10,31 bilhões de dólares.
Exportações do Brasil para os EUA
O Brasil exporta principalmente:
– Petróleo bruto
– Ferro e aço semiacabados
– Máquinas e equipamentos industriais
– Produtos agrícolas (como café e suco de laranja)
– Aviões (principalmente da Embraer)
Importações do Brasil para os EUA
As importações somaram cerca de US$ 42 bilhões em 2023, tornando os EUA também um dos principais fornecedores para o Brasil.
O Brasil importa:
– Combustíveis (como gás natural)
– Produtos químicos e farmacêuticos
– Tecnologia e equipamentos industriais
– Partes e peças para a indústria automobilística e aeronáutica
Saldo da balança comercial do Brasil para os EUA
– Déficit para o Brasil: em 2023, o Brasil teve déficit (ou seja, importou mais do que exportou) na balança com os EUA — aproximadamente US$ 6 bilhões.
– O saldo pode variar de ano para ano, dependendo da demanda por petróleo, taxas de câmbio, e acordos comerciais.
Curiosidades sobre a balança comercial do Brasil para os EUA
– A relação comercial Brasil-EUA é estratégica e sólida, com cooperação em áreas como energia, defesa, tecnologia e agricultura.
– Mesmo com disputas globais, os dois países mantêm relações comerciais estáveis.
– O dólar forte e mudanças em tarifas afetam diretamente os fluxos comerciais.
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