As certezas e incertezas do Brasil com a posse de Donald Trump

Trump
Imagem ilustrativa – Foto oficial da posse de Trump, divulgada pela equipe de transição do governo dos EUA (Foto: Divulgação).
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A posse de Donald Trump para um novo mandato como presidente dos Estados Unidos em 2025 traz ao Brasil um misto de certezas e incertezas nos campos político, econômico e diplomático.

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A relação Brasil-EUA sob o governo Trump exigirá equilíbrio. Enquanto algumas áreas, como comércio e política ambiental, podem apresentar desafios, outras, como segurança e energia, podem abrir portas para cooperação. A postura brasileira frente a essa nova realidade será crucial para mitigar riscos e aproveitar oportunidades.

 

Certezas com segundo mandato de Trump

– Foco no interesse americano: a política “America First” continuará sendo a diretriz principal de Trump. Isso significa que os Estados Unidos priorizarão acordos que favoreçam diretamente suas indústrias e sua economia, o que pode dificultar negociações comerciais vantajosas para o Brasil.

– Relação comercial sob pressão: há risco de tarifas sobre exportações brasileiras, especialmente no agronegócio, setor em que o Brasil é competitivo e frequentemente visto como rival dos EUA. A participação do Brasil nos BRICS também pode ser alvo de atenção, dado o tom crítico de Trump às iniciativas que desafiam a hegemonia do dólar.

– Menos pressão ambiental: Trump, que historicamente minimizou preocupações ambientais, deve reduzir a pressão internacional sobre o Brasil em relação ao desmatamento da Amazônia. Isso pode aliviar tensões diplomáticas, mas gerar críticas de organizações ambientais.

– Parceria militar e de defesa: a cooperação em áreas de segurança, como a atuação conjunta em políticas de combate ao narcotráfico e parcerias militares, tende a permanecer estável.

 

Incertezas com segundo mandato de Trump

– Impactos no agronegócio: se Trump adotar políticas protecionistas, como subsídios mais agressivos aos produtores americanos ou barreiras tarifárias, os produtos brasileiros (soja, carne e açúcar) podem perder competitividade nos mercados internacionais. No entanto, o Brasil também pode se beneficiar indiretamente caso a guerra comercial com a China seja reaberta, com o aumento das exportações para o mercado chinês.

– Alinhamento diplomático: com Lula na presidência, há divergências ideológicas significativas entre os dois líderes. Isso pode dificultar uma relação amigável, sobretudo se o Brasil reforçar laços com nações consideradas adversárias pelos EUA, como China e Rússia.

Questões climáticas e energéticas: a agenda de Trump em prol de combustíveis fósseis pode impactar negativamente o desenvolvimento de energias renováveis, tanto nos EUA quanto no Brasil. No entanto, também há a possibilidade de cooperação no setor energético, especialmente no campo de petróleo e gás.

Influência Geopolítica: o fortalecimento do BRICS e os movimentos do Brasil em buscar alternativas ao dólar como moeda de referência podem gerar tensões com os Estados Unidos. O governo brasileiro precisará equilibrar sua participação nesse bloco com a necessidade de manter boas relações com o mercado americano.

 

Desafios e oportunidades com segundo mandato de Trump

– Desafio diplomático: o governo Lula precisará adotar uma diplomacia pragmática para lidar com as exigências e os interesses americanos sem prejudicar sua agenda multilateral.

– Oportunidade econômica: caso haja instabilidade nas relações dos EUA com outros países, o Brasil pode se beneficiar de novos mercados e oportunidades comerciais, especialmente no setor agrícola e de commodities.

 

Impactos para o Brasil com a posse de Trump

O segundo mandato de Donald Trump promete redefinir aspectos significativos da ordem mundial e das relações bilaterais entre os países. Para o Brasil, particularmente, será crucial monitorar essas mudanças e adaptar suas estratégias diplomáticas e econômicas para mitigar impactos negativos e aproveitar possíveis oportunidades que surgirem nesse novo contexto global.

 

Impactos políticos para o Brasil com Trump

A relação entre os governos de Trump e do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pode enfrentar desafios. A recusa do Supremo Tribunal Federal do Brasil em permitir que o ex-presidente Jair Bolsonaro comparecesse à posse de Trump, devido a investigações em andamento, pode tensionar as relações diplomáticas entre os dois países.

Além disso, a vitória de Trump revitalizou os movimentos bolsonaristas no Brasil, que veem na ascensão de Trump uma oportunidade para Jair Bolsonaro retornar ao poder em 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030 por abuso de poder.

 

Impactos econômicos para o Brasil com Trump

As políticas econômicas de Trump, caracterizadas por medidas protecionistas como o aumento de tarifas sobre produtos importados, podem afetar negativamente a economia brasileira. A intenção de impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações pode tornar os produtos brasileiros menos competitivos no mercado americano, reduzindo as exportações e impactando a balança comercial do Brasil.

Além disso, o fortalecimento do dólar decorrente dessas políticas pode encarecer os insumos importados pelo Brasil, pressionando a inflação e os custos de produção, especialmente no setor do agronegócio. A possível reindustrialização dos EUA e o apoio à indústria doméstica podem afetar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

 

Impactos sociais para o Brasil com Trump

No campo social, as políticas de imigração mais restritivas de Trump podem afetar a comunidade brasileira nos Estados Unidos, aumentando as dificuldades para imigração e permanência no país. Internamente, as mudanças econômicas podem influenciar o mercado de trabalho brasileiro, com possíveis aumentos no desemprego devido à redução das exportações e à pressão sobre a indústria nacional.

 

Impactos no comércio exterior para o Brasil com Trump

As políticas tarifárias dos EUA podem impactar as exportações brasileiras, especialmente em setores como o agronegócio e manufaturas. A imposição de tarifas pode tornar os produtos brasileiros menos competitivos no mercado americano, afetando negativamente a balança comercial.

 

Impactos na política ambiental para o Brasil com Trump

A ênfase de Trump na expansão de combustíveis fósseis e a possível retirada de compromissos climáticos podem influenciar as políticas ambientais globais. O Brasil, com sua vasta biodiversidade e desafios relacionados à Amazônia, pode enfrentar pressões adicionais em fóruns internacionais sobre questões ambientais.

 

Impactos nas relações diplomáticas entre Brasil e EUA

A relação entre os presidentes Trump e Lula da Silva será determinante para a cooperação bilateral. Questões como políticas de imigração, investimentos e colaboração em segurança regional dependerão do alinhamento entre os dois líderes.

 

Em reunião Lula diz torcer por gestão de Trump e espera que EUA continuem parceria com Brasil

Em 20 de janeiro de 2025, durante a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu desejo de que os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, continuem sendo um parceiro histórico do Brasil. Lula afirmou: “O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o povo americano melhore e para que os EUA continuem a ser o parceiro histórico que é do Brasil.”

Além disso, Lula destacou que o Brasil não busca conflitos com nenhuma nação, mencionando especificamente os Estados Unidos, Venezuela, China, Índia e Rússia. Ele enfatizou a importância de manter relações pacíficas e cooperativas com esses países.

Essas declarações refletem a postura diplomática do governo brasileiro em manter e fortalecer as relações bilaterais com os Estados Unidos, independentemente das mudanças na liderança política americana.

 

O Brasil e os Brics

O Brasil pode se tornar alvo de tarifas significativas impostas por Donald Trump devido à sua participação no BRICS. Em 30 de novembro de 2024, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 100% sobre os países membros do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos — caso avancem com planos de criar ou apoiar uma moeda alternativa ao dólar americano. Trump exigiu que esses países se comprometam a não desenvolver uma nova moeda ou apoiar qualquer substituto ao dólar, sob pena de enfrentarem tarifas severas e perderem acesso ao mercado americano.

Essa postura de Trump está alinhada com sua estratégia de proteger a hegemonia do dólar no comércio internacional. A criação de uma moeda alternativa pelos países do BRICS é vista como uma ameaça à predominância econômica dos Estados Unidos. No entanto, especialistas apontam que a implementação de uma moeda comum entre os membros do BRICS enfrenta desafios significativos, devido às diferenças econômicas e políticas entre esses países.

Para o Brasil, essa ameaça de tarifas representa um risco econômico considerável, dado que os Estados Unidos são um parceiro comercial importante. A imposição de tarifas de 100% tornaria os produtos brasileiros menos competitivos no mercado americano, potencialmente afetando negativamente setores como o agronegócio e a manufatura. Além disso, tais medidas poderiam desencadear tensões diplomáticas entre os dois países, exigindo uma abordagem estratégica por parte do governo brasileiro para mitigar possíveis impactos negativos.

 

Cenário Internacional com Trump

A posse de Donald Trump para um segundo mandato como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2025 trará implicações significativas para o cenário internacional como um todo.

O retorno do repúblicano à Casa Branca sinaliza uma reafirmação da agenda “America First”, caracterizada por políticas nacionalistas e protecionistas. Entre as medidas propostas estão a imposição de tarifas de até 20% sobre todas as importações, o que pode desencadear tensões comerciais globais e afetar as cadeias de suprimentos internacionais.

Além disso, Trump expressou interesse em revisar alianças tradicionais, adotando uma abordagem mais transacional nas relações exteriores. Essa postura pode resultar em mudanças nas dinâmicas diplomáticas, especialmente com países europeus e asiáticos, que podem buscar alternativas para reduzir sua dependência dos Estados Unidos.

 

Quem é Donald Trump?

Donald John Trump é um empresário, personalidade da mídia e político americano. Ele foi o 45º presidente dos Estados Unidos, exercendo o cargo de 2017 a 2021, e reassumiu a presidência em 2025 após vencer as eleições de 2024.

O estudiniense é amplamente reconhecido por seu impacto significativo na política americana e global, seja como presidente ou figura pública controversa.

 

Primeiros anos e formação de Trump

– Nascido em 14 de junho de 1946, em Queens, Nova York.

– Filho de Fred Trump, um importante incorporador imobiliário, e Mary Anne MacLeod Trump.

– Formado em economia pela Universidade da Pensilvânia, na Wharton School, em 1968.

 

Carreira empresarial de Trump

– Assumiu a Trump Organization, expandindo os negócios imobiliários da família.

– Tornou-se uma figura pública conhecida pelos empreendimentos em hotéis, cassinos e propriedades de luxo.

– Seu nome é associado a várias marcas, incluindo hotéis, golfe e programas de televisão.

– Foi apresentador do reality show “The Apprentice”, consolidando sua imagem de homem de negócios.

 

Carreira política de Trump

– Inicialmente filiado ao Partido Democrata, mudou de afiliação política várias vezes antes de se tornar um Republicano.

– Em 2016, venceu as eleições presidenciais contra Hillary Clinton, apesar de perder no voto popular.

 

Primeiro governo de Trump

No primeiro mandato, seu governo foi marcado por:

– Políticas de imigração rígidas, incluindo a construção de um muro na fronteira com o México.

– Cortes de impostos e medidas protecionistas no comércio internacional.

– Nomeação de três juízes conservadores para a Suprema Corte dos EUA.

– Controvérsias, incluindo um processo de impeachment em 2019 (do qual foi absolvido).

 

Período pós presidência

Após a presidência

– Após perder para Joe Biden nas eleições de 2020, Trump enfrentou acusações relacionadas à tentativa de reverter os resultados das eleições e aos eventos do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

– Em 2024, foi eleito novamente, tornando-se o primeiro presidente dos EUA a retornar ao cargo após um mandato interrompido.

 

Características pessoais de Trump

– Estilo de liderança polarizador, com forte apelo entre eleitores conservadores.

– Comunica-se diretamente com o público, especialmente por meio das redes sociais, embora tenha enfrentado suspensões em algumas plataformas.

– Tem cinco filhos e foi casado três vezes, sendo sua atual esposa Melânia Trump.

 

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